top of page

Professor: essencial para a manutenção da saúde educacional da nação

Tenho vivido um período muito peculiar em minha prática clínica. Muitos pacientes estabilizados em suas fragilidades emocionais estão voltando a ter sintomas acentuados de depressão e ansiedade, além de alguns terem de volta adoecimentos considerados psicossomáticos que estavam sob controle. Essas oscilações podem acontecer por conta de diversos motivos, porém neste momento, o quadro político indica ser o grande responsável.

Independente das posições politico filosóficas de cada indivíduo, o medo do que está por vir é combustível potente para o aumento de sintomas como insônia e pensamentos negativos persistentes, bem como da baixa de humor, carreando a desesperança.

As pessoas estão inseguras e assim adoecem, pois a formação do brasileiro em relação às questões político sociais sofre de fragilidades possivelmente relacionadas a aspectos educacionais .

Fazendo uma leitura apartidária, mas lançando um olhar para elementos basilares de uma sociedade desenvolvida, tenho estado preocupada com a continuidade da pouca valorização de um profissional fundamental para que uma nação oferte aos seus cidadãos qualidade de vida e cidadania: o professor!

Em um país onde o professor é tratado como profissional de segunda linha, como podemos formar cidadãos politicamente esclarecidos e com posicionamentos fundamentados no estudo histórico daqueles mais qualificados para representar as suas aspirações?

Educação ou a falta dela colabora para esse momento político gerar tanta doença emocional. Isto não significa que em sociedades politicamente esclarecidas e com educação de qualidade as doenças emocionais não existam... as pessoas adoecem emocionalmente, mas os motivos predominantes tendem a ser de outra ordem, geralmente relacionados a questões da vida privada ou, como diz Freud, da falta de "ter o que desejar".

Para que as pessoas escolham seus representantes com maior tranquilidade, a escola seria o veículo mais confiável. O curriculum escolar deveria ter disciplinas que ensinassem às crianças o valor da democracia, que o voto é um privilégio e um direito democrático, que todas deveriam conhecer nossa constituição e os meios oficiais para obter informações sobre quem são os seus representantes e o que estão fazendo em prol do social e mais, se eles estão cumprindo o que colocaram como plataforma de suas campanhas.

Partindo do princípio que o professor é o maior responsável por transmitir conhecimento, precisamos enquanto sociedade, exigir políticas públicas de valorização desse profissional e de investimento em escolas públicas, para ofertar aos nossos jovens qualidade de ensino e esclarecimento sobre questões de cidadania, dentre elas escolhas de seus representantes sem que haja um nível de ansiedade tão elevado que venham a ocasionar adoecimento emocional.

Como psicóloga e como professora com trinta e dois anos de magistério, deixo aqui minha homenagem aos meus colegas professores, acompanhada do meu reconhecimento quanto a importância desse profissional para a formação de uma nação menos ansiosa e mais segura em suas escolhas.

bottom of page