A Reestruturação Cognitiva não se aplica exclusivamente aos pensamentos automáticos disfuncionais. Podemos ir mais fundo e trabalhar reestruturando as crenças centrais construÃdas em bases traumáticas. As crenças centrais ou nucelares são construÃdas ao longo do desenvolvimento infantil e ficam mais fortes no decorrer da vida. São consideradas o nÃvel mais profundo de nossa formação pessoal e consistem em regras absolutistas e rÃgidas sobre si mesmo, os outros e o mundo, formando o que vamos chamar de trÃade cognitiva de percepção subjetiva.
São de difÃcil mudança, pois estão encravadas em nossa forma de existir. Porém, quando diagnosticaras como crenças centrais disfuncionais constituem material de trabalho na psicoterapia.
A restruturação cognitiva para mudança de crenças centrais disfuncionais exige do profissional criatividade e planejamento estratégico. O terapeuta precisa adaptar suas intervenções à s necessidades das crenças subjacentes do cliente, porém com cuidado na preservação da integridade dos princÃpios cognitivos e comportamentais da mudança.
As crenças subjacentes são um nÃvel mais acima e mais acessÃvel da estrutura de personalidade do paciente e consistem em um conjunto de regras e atitudes ou suposições que o definem enquanto sujeito. Podem ser identificavas com facilidade por apresentarem formato de afirmações do tipo "então... se...deveria... "Elas administram os comportamentos do paciente, apresentando-se de maneira imperativa e estão ligadas à s crenças centrais. O terapeuta traduz as crenças centrais através da leitura do discurso que representa as crenças subjacentes.
Judith Beck e outros pioneiros nesse tipo de trabalho terapêutico desenvolveram e aperfeiçoaram estratégias para a modificação das crenças.
Os terapeutas usam diversas técnicas objetivando a identificação das crenças subjacentes. Através da análise do registro de pensamentos associados ao discurso do paciente durante as sessões os terapeutas caminham na unificação dos temas que surgem. Para além, atenção às cognições significativas para o cliente como choro, raiva, evitação de contato visual, agitação ou mudança no tom de voz, podem ser sinais que identifiquem crenças subjacentes.
O terapeuta pode também lançar mão de inventários de autoavaliação para chegar a identificar crenças subjacentes. Há uma variedade deles, como por exemplo a escala de atitudes disfuncionais (Beck e Col. 1980).